Viagem de ida e volta...

Andei a cuscar um livro que está na minha mesinha de cabeceira desde Setembro...
Encontrei alguns parágrafos sublinhados - é um hábito meu sublinhar os livros que leio... dizem que é agressão... eu não acho!! Gosto de os sentir... de os cheirar... de marcar aquilo que me diz algo, para mais tarde, como hoje, voltar a ler!!
Aqui ficam aqueles parágrafos dos quais gostei... Transportam-me para uma viagem sem fim... por momentos...

"O Sol esfumara-se num manto vermelho através do crepúsculo recém-nascido. Indiferente ao movimento e ao ruído da cidade em festa, a luz do dia ia-se escoando por um enorme ralo invisível, num "quando" escolhido desde a eternidade e um "como" do qual nunca daria contas a ninguém. A sua estética, a sua beleza maior ou menor, nunca seria exposta em nenhum museu, sujeita à apreciação subjectiva do olho do mundo. A beleza ali, imutável, serena, indiferente. E todos quanto a olhavam, sentiam-na, mais do que a viam. Ela ali estava para ser contemplada; não para ser julgada. Apresentava-se nua e gratuita. Era, em si mesma. E o dia terminava. (...)"

"(...) Fora um dos mais belos fins de dia que jamais vira! Mas a chegada da noite era morna, quase traiçoeira. Impedia-a de sair do sonho... E, no entanto, ela sabia que só amanhã o Sol tornaria a nascer. Era preciso esperar pelo amanhã! (...)"

tirado de: "O Espelho de Duas Fases - Primeiras Pedras 1", de Margarida Góis.

Fica bem...
XinuhxxxGandes!!