Coincidências?! Nahhh!!
Hoje, ao cuscar o JN, dei de caras com (mais um) grande texto de Margarida Rebelo Pinto... que, por acaso, é a minha escritora favorita...
Ok, por acaso, não!! Não é por acaso... é porque simplesmente me identifico sempre com as coisas que escreve... porque sempre que leio o que lhe sai das mãos, parece ter algo a ver comigo... sempre, sempre.... e como o sempre é mesmo sempre, desta vez não foi excepção!!
(Podes ler aqui o texto sem "cortes"...)
“Agora, que regressaste à tua rotina sem rotina, se olhares em volta, talvez consigas ver uma sombra discreta e feliz a proteger-te.
Sou eu. Conversei com meia dúzia de divindades e expliquei-lhes que andavas com azar e precisavas de um vento novo e quente que te protegesse. Reuni-as na minha varanda sobre o mar numa noite de lua cheia, porque é nessas noites que se mudam as marés e se altera o destino dos homens.
Umas desceram das nuvens e outras emergiram das ondas. Outras ainda vieram do nada, porque é do nada que vem quase tudo. Não somos todos afinal feitos do pó das estrelas? É lá que descansa o meu amor por ti, adormecido pela distância e pelo medo, imenso mas invisível, cheio de sons e de sonhos, mas silencioso e transparente como um véu.
Disseste-me uma vez que sentias um véu de esperança a proteger-nos, por isso pedi às divindades que estendessem esse véu sobre a tua casa nova, o teu escritório e todos os caminhos que percorres todos os dias, para estares sempre protegido. Assim, mesmo que mergulhes outra vez em águas turvas, nenhum coral te poderá cortar a cara, nenhum peixe te vai morder os tornozelos.
Ao caminhares nas ruas, quando desceres as escadas para o metro, sentado na tua secretária ou nas salas de embarque da Europa, o véu vai pairar como um escudo e nunca mais te vai acontecer nada. E se por acaso te acontecer alguma coisa, então faz as malas e muda de vida, porque é a vida a mandar-te para outro lado.
Amar é proteger, sabias? Quando soube que te tinhas cortado e levado 20 pontos na cara, começou-me a doer o nariz. Não sabia ainda que também tinhas levado pontos aí, mas há vários dias que o meu me dói e tenho quase a certeza que não bati em lado nenhum.
Não é verdade que ninguém sangra connosco quando nos magoamos. Quem nos ama e sonha que nos deve proteger, sangra também, mesmo que não se veja. Sangra por dentro, que é muito pior.
Quando soube o que te aconteceu, fiquei triste e com vontade de me meter num avião e pôr uma crista de enfermeira. Não sorrias com os disparates que escrevo, porque vai-te doer. Fecha apenas os olhos e sente o véu, como um abraço calado, como um dia de sol, como uma noite branca, como um xaile num fim de tarde ventoso, como uma chávena de chá junto à lareira num dia de Inverno.
O meu véu, o nosso véu que sempre nos protegeu anda por aí, perto de ti, como uma bênção. (…)
Somos sempre o que fomos, pertencemos sempre a quem amamos. (...)”
Sou eu. Conversei com meia dúzia de divindades e expliquei-lhes que andavas com azar e precisavas de um vento novo e quente que te protegesse. Reuni-as na minha varanda sobre o mar numa noite de lua cheia, porque é nessas noites que se mudam as marés e se altera o destino dos homens.
Umas desceram das nuvens e outras emergiram das ondas. Outras ainda vieram do nada, porque é do nada que vem quase tudo. Não somos todos afinal feitos do pó das estrelas? É lá que descansa o meu amor por ti, adormecido pela distância e pelo medo, imenso mas invisível, cheio de sons e de sonhos, mas silencioso e transparente como um véu.
Disseste-me uma vez que sentias um véu de esperança a proteger-nos, por isso pedi às divindades que estendessem esse véu sobre a tua casa nova, o teu escritório e todos os caminhos que percorres todos os dias, para estares sempre protegido. Assim, mesmo que mergulhes outra vez em águas turvas, nenhum coral te poderá cortar a cara, nenhum peixe te vai morder os tornozelos.
Ao caminhares nas ruas, quando desceres as escadas para o metro, sentado na tua secretária ou nas salas de embarque da Europa, o véu vai pairar como um escudo e nunca mais te vai acontecer nada. E se por acaso te acontecer alguma coisa, então faz as malas e muda de vida, porque é a vida a mandar-te para outro lado.
Amar é proteger, sabias? Quando soube que te tinhas cortado e levado 20 pontos na cara, começou-me a doer o nariz. Não sabia ainda que também tinhas levado pontos aí, mas há vários dias que o meu me dói e tenho quase a certeza que não bati em lado nenhum.
Não é verdade que ninguém sangra connosco quando nos magoamos. Quem nos ama e sonha que nos deve proteger, sangra também, mesmo que não se veja. Sangra por dentro, que é muito pior.
Quando soube o que te aconteceu, fiquei triste e com vontade de me meter num avião e pôr uma crista de enfermeira. Não sorrias com os disparates que escrevo, porque vai-te doer. Fecha apenas os olhos e sente o véu, como um abraço calado, como um dia de sol, como uma noite branca, como um xaile num fim de tarde ventoso, como uma chávena de chá junto à lareira num dia de Inverno.
O meu véu, o nosso véu que sempre nos protegeu anda por aí, perto de ti, como uma bênção. (…)
Somos sempre o que fomos, pertencemos sempre a quem amamos. (...)”
Margarida Rebelo Pinto, “O pó das estrelas”
Jornal de Notícias, Domingo, 3 de Abril de 2005
Jornal de Notícias, Domingo, 3 de Abril de 2005
Beijito Grande...
Ps > Nada a contece por acaso.... Não há coincidências... nunca!!
(lembra-te sempre, sempre disto... porque é mesmo verdade... e... nós sabemos!!)
There
Tb adoro alguns textos da Margarida Rebelo Pinto e deixo-te aki uns k pus no meu blog e k são, de certo modo, os q mais me tocam dela.
TAke Care
muah*
http://stultitia.blogspot.com/2005/02/instantes-perfeitos.html
http://stultitia.blogspot.com/2004/07/prncipe-encantado.html